Bruno Biazotto e Willians Pereira*
Entre vários acessos aos morros de Santos e às lojas tradicionais de móveis, na avenida Senador Feijó, uma pequena rua, no centro da Cidade, chama a atenção pelo vai e vem de pessoas. A maioria delas exprime cansaço, se veste com simplicidade e exala odores distintos daqueles que povoam lojas de perfumaria. O sobe e desce do morro é a busca pelo prazer momentâneo.
É lá que Alessa Gonçalves Mota, de 22 anos, costuma fazer sua jornada diária. Ela sai de um quarto alugado em cortiço e caminha pelo contraste. Entre o cortiço e o pé do morro, um corredor de vitrines, que expõe móveis e mobílias luxuosas.
Antes de subir o morro, Alessa para em uma banca de jornal, na avenida Senador Feijó com a praça Largo 7 de setembro. Lá, troca rápida entre o dinheiro e o tablete. R$ 1 na mão. Passos largos em direção contrária à banca e para o morro seguirá Alessa, que acaba de comprar as duas paçocas para mantê-la em pé ao longo do dia.
O doce de amendoim intercala-se com os diversos cigarros fumados diariamente. E este não é o pior dos vícios. A droga, mais especificamente, o crack, tornou-se a substância que altera a velocidade do tempo, que a faz aparentar mais do que a idade atual.
Usuária há mais de seis anos, a jovem começou nas drogas por causa de um namorado da adolescência. A partir dali, nunca mais parou. A vida dela se resume em conseguir dinheiro para manter o vício. Para isso, trabalhou em diversas lojas como vendedora.
Entretanto, nunca conseguiu se firmar em nenhuma delas por causa do crack. Perdeu os empregos por excesso de faltas ou atrasos ou por não aparentar estar bem fisicamente.
Entre uma conversa e outra no ponto de ônibus da rua Brás Cubas com a praça 7 de Setembro, Alessa conta que essa aparência pouco agradável gera tristeza. Ela diz que as pessoas a olham de modo diferente. “Procuro me manter limpa e arrumada, mas não tem jeito. A droga faz a gente perder a noção do ridículo até mesmo de chegar ao cúmulo de um morador falar que você está fedendo”.
Quatro filhas em cinco anos
Ela toma banho e troca de roupa em um quarto alugado com seus avós, num cortiço na Rua Chile, próximo ao Mercado Municipal. Além dos seus avós, vivem lá as quatro filhas que Alessa teve nos últimos cinco anos. E o tempo com elas é curto, assim como sua felicidade, pois poucas vezes dorme à noite com as crianças em virtude de fazer programas para conseguir dinheiro. Antes, cometeu assaltos. Chegou a ser presa e, por conta disso, preferiu parar.
Alessa deixou de estudar no oitavo ano do Ensino Fundamental. Ela não pretende mais estudar, já que afirma não conseguir ficar mais de 15 minutos na sala de aula.
Ela jura que pretende largar o crack. E sonha. Arrumar um bom emprego, sair da casa dos avós e comprar um apartamento para morar com suas filhas são alguns dos sonhos dela. “Se eu falasse que não queria abandonar as drogas estaria mentindo. Todos querem abandonar, mas se torna muito difícil sem o apoio de sua família e sua própria força de vontade”.
As duas paçocas compradas em uma banca próxima ao trajeto para o crack ganham um gosto amargo. Há mais de seis anos percorrendo este mesmo rumo, a jovem sabe que é difícil tomar um caminho para bem longe do circuito de sobe e desce das pedras.
É lá que Alessa Gonçalves Mota, de 22 anos, costuma fazer sua jornada diária. Ela sai de um quarto alugado em cortiço e caminha pelo contraste. Entre o cortiço e o pé do morro, um corredor de vitrines, que expõe móveis e mobílias luxuosas.
Antes de subir o morro, Alessa para em uma banca de jornal, na avenida Senador Feijó com a praça Largo 7 de setembro. Lá, troca rápida entre o dinheiro e o tablete. R$ 1 na mão. Passos largos em direção contrária à banca e para o morro seguirá Alessa, que acaba de comprar as duas paçocas para mantê-la em pé ao longo do dia.
O doce de amendoim intercala-se com os diversos cigarros fumados diariamente. E este não é o pior dos vícios. A droga, mais especificamente, o crack, tornou-se a substância que altera a velocidade do tempo, que a faz aparentar mais do que a idade atual.
Usuária há mais de seis anos, a jovem começou nas drogas por causa de um namorado da adolescência. A partir dali, nunca mais parou. A vida dela se resume em conseguir dinheiro para manter o vício. Para isso, trabalhou em diversas lojas como vendedora.
Entretanto, nunca conseguiu se firmar em nenhuma delas por causa do crack. Perdeu os empregos por excesso de faltas ou atrasos ou por não aparentar estar bem fisicamente.
Entre uma conversa e outra no ponto de ônibus da rua Brás Cubas com a praça 7 de Setembro, Alessa conta que essa aparência pouco agradável gera tristeza. Ela diz que as pessoas a olham de modo diferente. “Procuro me manter limpa e arrumada, mas não tem jeito. A droga faz a gente perder a noção do ridículo até mesmo de chegar ao cúmulo de um morador falar que você está fedendo”.
Quatro filhas em cinco anos
Ela toma banho e troca de roupa em um quarto alugado com seus avós, num cortiço na Rua Chile, próximo ao Mercado Municipal. Além dos seus avós, vivem lá as quatro filhas que Alessa teve nos últimos cinco anos. E o tempo com elas é curto, assim como sua felicidade, pois poucas vezes dorme à noite com as crianças em virtude de fazer programas para conseguir dinheiro. Antes, cometeu assaltos. Chegou a ser presa e, por conta disso, preferiu parar.
Alessa deixou de estudar no oitavo ano do Ensino Fundamental. Ela não pretende mais estudar, já que afirma não conseguir ficar mais de 15 minutos na sala de aula.
Ela jura que pretende largar o crack. E sonha. Arrumar um bom emprego, sair da casa dos avós e comprar um apartamento para morar com suas filhas são alguns dos sonhos dela. “Se eu falasse que não queria abandonar as drogas estaria mentindo. Todos querem abandonar, mas se torna muito difícil sem o apoio de sua família e sua própria força de vontade”.
As duas paçocas compradas em uma banca próxima ao trajeto para o crack ganham um gosto amargo. Há mais de seis anos percorrendo este mesmo rumo, a jovem sabe que é difícil tomar um caminho para bem longe do circuito de sobe e desce das pedras.
* Este é o décimo texto da série "Os Indesejados", produzida por estudantes de Jornalismo da Universidade Católica de Santos (Unisantos).
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