quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O vice de Paulo Alexandre

O vereador Sandoval Soares, candidato a vice-prefeito pelo PSDB

Marcus Vinicius Batista

As convenções partidárias são óbvias, pois confirmam o que já está nas ruas há semanas. Mas houve uma exceção: a escolha do vereador Sandoval Soares para ser candidato a vice-prefeito na chapa de Paulo Alexandre Barbosa. O nome dele só vazou poucas horas antes do encontro tucano e sacramentou uma estratégia política costurada pelo próprio prefeito.

Paulo Alexandre é aluno diplomado da velha escola da política. Repete as tradicionais táticas, que costumam dar certo quando o vento é favorável. A escolha de Sandoval Soares atende a uma série de princípios que poderão reduzir possíveis danos no segundo mandato.

Sandoval é um homem de partido. Um político discreto, acostumado a trabalhar nas sombras, sem vaidade excessiva por holofotes. Sandoval sempre esteve ao lado da Prefeitura, sem emitir uma queixa em três anos e meio.

Para ele, aceitar ser vice é um passo à frente. Na última eleição, Sandoval foi o último vereador eleito da lista do PSDB. Quatro anos depois, a turma cresceu - pulou de seis para dez vereadores -, fora os concorrentes de outros partidos da coligação. Ser vice-prefeito, numa eleição sem riscos, é manter a discrição de gabinete, somada a um pouco mais de poder.

Para o prefeito Paulo Alexandre, a escolha do vice foi uma cartada de mão cheia. Cozinhou os aliados até a última badalada para fechar com um soldado leal da própria infantaria. A chapa pura tucana é a primeira desde 2004, quando Raul Christiano saiu a prefeito e Bruno Covas, a vice. A pureza dá o recado sobre quem comanda o tabuleiro.

Com Sandoval como vice, o prefeito não corre riscos de ver um monstro crescendo dentro do armário. Esta eleição, salvo milagre, é vestibular para 2020. Tanto que vários partidos pleitearam a indicação do vice, inclusive com gente se oferecendo pela imprensa.

Sandoval, na cartilha do prefeito, repetirá o comportamento do vice atual, Eustázio Alves Pereira. Ou seja: política recatada, sem ambições sobre a cadeira alheia e, como prêmio, um pequeno feudo para comandar no reino chamado Prefeitura de Santos.

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