Marcus Vinicius Batista
Deu no New York Times! A frase nos alcançou, e não é o trecho da música W Brasil, de Jorge Ben Jor. Foi o noticiário, com direito à chamada na primeira página. A ligação entre um dos maiores jornais do mundo e a Baixada Santista se deu pelo deputado federal Beto Mansur, chamado de escravocrata por conta do processo contra ele por denúncias de trabalho escravo em uma fazenda, na região Centro-Oeste.
Ao ler o texto, pensei de imediato: como Beto Mansur vai reagir publicamente? Qual emoção vai extravasar desta vez? Podemos ver múltiplos defeitos nele como figura pública, mas não podemos negar que o parlamentar adora colocar para fora seus sentimentos e emoções.
Recentemente, ao ler o pedido de impeachment da presidente Dilma, Beto Mansur não se conteve e chorou. Colocou as mãos no rosto enquanto lia, com voz embargada, o texto no plenário. Emocionou-se diante de tamanho dever cívico e interesse na luta contra a corrupção, muito provável.
A transparência afetiva é uma marca pessoal do deputado. No ano passado, por exemplo, ele teve a percepção de que o incêndio na Alemoa – aquele que durou nove dias e também saiu na imprensa internacional – era um evento importante. Como testemunha da História, Mansur registrou sua alegria ao lado do prefeito Paulo Alexandre em um selfie igualmente célebre, desta vez nas redes sociais.
Em 2012, na campanha para a Prefeitura de Santos, Beto Mansur também demonstrou orgulho perante seu eleitorado. Um dos slogans da campanha foi “É Obra do Beto”, um sinal de reconhecimento por tudo que ele fez pela cidade enquanto exerceu o cargo de prefeito por oito anos. As brincadeiras na Internet que creditavam a Lua, a Torre Eiffel e as pirâmides do Egito como obras do ex-prefeito foram, claro, maledicências gratuitas de inimigos políticos. Que ironia que nada!
Aposto que a inspiração veio de seu mentor anterior, Paulo Maluf, que cravou em certo momento: “Foi Maluf que fez!”. Como coincidências não existem, Beto aparece na matéria do New York Times em companhia de Maluf e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, seu mentor político atual. Só os adversários para lembrar, neste caso, do ditado “Diga-me com quem andas…”
Em entrevistas, o deputado federal sempre deixou evidente sua irritação quando se fala do processo de trabalho escravo. A irritação traduz, imagino, o sentimento de injustiça que corrói o parlamentar. Poucos entenderão as novas relações trabalhistas do século 21.
Ao deixar vazar – verbo perigoso em tempos de Lava-Jato – suas emoções, Beto Mansur entrará para a história. Ele é o secretário da Câmara, no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Será um coadjuvante de seus mentores, é fato, mas um protagonista para nós.
Diante deste caldeirão de sentimentos, ainda estou em dúvida: o deputado federal conhece o preço e os riscos da fama? Deve ser intriga da oposição.
Recentemente, ao ler o pedido de impeachment da presidente Dilma, Beto Mansur não se conteve e chorou. Colocou as mãos no rosto enquanto lia, com voz embargada, o texto no plenário. Emocionou-se diante de tamanho dever cívico e interesse na luta contra a corrupção, muito provável.
A transparência afetiva é uma marca pessoal do deputado. No ano passado, por exemplo, ele teve a percepção de que o incêndio na Alemoa – aquele que durou nove dias e também saiu na imprensa internacional – era um evento importante. Como testemunha da História, Mansur registrou sua alegria ao lado do prefeito Paulo Alexandre em um selfie igualmente célebre, desta vez nas redes sociais.
Em 2012, na campanha para a Prefeitura de Santos, Beto Mansur também demonstrou orgulho perante seu eleitorado. Um dos slogans da campanha foi “É Obra do Beto”, um sinal de reconhecimento por tudo que ele fez pela cidade enquanto exerceu o cargo de prefeito por oito anos. As brincadeiras na Internet que creditavam a Lua, a Torre Eiffel e as pirâmides do Egito como obras do ex-prefeito foram, claro, maledicências gratuitas de inimigos políticos. Que ironia que nada!
Aposto que a inspiração veio de seu mentor anterior, Paulo Maluf, que cravou em certo momento: “Foi Maluf que fez!”. Como coincidências não existem, Beto aparece na matéria do New York Times em companhia de Maluf e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, seu mentor político atual. Só os adversários para lembrar, neste caso, do ditado “Diga-me com quem andas…”
Em entrevistas, o deputado federal sempre deixou evidente sua irritação quando se fala do processo de trabalho escravo. A irritação traduz, imagino, o sentimento de injustiça que corrói o parlamentar. Poucos entenderão as novas relações trabalhistas do século 21.
Ao deixar vazar – verbo perigoso em tempos de Lava-Jato – suas emoções, Beto Mansur entrará para a história. Ele é o secretário da Câmara, no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Será um coadjuvante de seus mentores, é fato, mas um protagonista para nós.
Diante deste caldeirão de sentimentos, ainda estou em dúvida: o deputado federal conhece o preço e os riscos da fama? Deve ser intriga da oposição.
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