Marcus Vinicius Batista
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, dorme sentado sobre um orçamento de cerca de R$ 1,5 bilhão. É muita responsabilidade. Responsabilidade suficiente para ter planejado melhor o final da primeira gestão e o início da segunda administração. Planejado a ponto de não culpar a crise como principal causa do caixa vazio e das dívidas que vão de pequenos fornecedores a coleta de lixo, além de atrasar 13º salário dos servidores.
Se um administrador de empresas testemunhasse sua empresa fazendo água, ele mexeria na equipe? O prefeito assim o fez, como manda a cartilha, com uma ressalva. Apenas trocou as peças de lugar. Mudar para não mexer. Inovar para paralisar. Inaugurar hospital para seguir de portas fechadas.
Na dança das cadeiras, o homem das finanças vai assumir a pasta da Saúde. Um profissional vinculado à Defesa da Cidadania passou para a Educação. E assim por diante. A lista é grande. Dois vereadores, eleitos para trabalhar no Poder Legislativo, não vão esquentar a cadeira na Câmara. Sadao Nakai e Cacá Teixeira darão lugar a dois coleguinhas suplentes, enquanto esquentam as cadeiras de secretários.
Se a equipe atual terminou a gestão com a Prefeitura de bolsos murchos e dívidas nas alturas, apenas trocar os pilotos de assento para mantê-los no avião sem combustível foi um belo presente de Papai Noel. Para a turma que segue no poder, claro.
É importante lembrar que se trata do mesmo time que distribuía sorrisos na cidade número 1 para se viver, em plena campanha eleitoral. Dois meses depois da eleição, muitos apareceram com carinhas de tristes em entrevistas coletivas para tentar explicar a anemia financeira que – de repente, não mais que de repente – contaminou a Prefeitura.
É esta gestão que prega o corte de gastos, mas sem mexer em sangrias como Prodesan e Cohab. Ninguém diz um “a” sobre enxugar ou desativar empresas que qualquer executivo do mundo corporativo sentiria calafrios em administrá-las.
É a mesma gestão que fala, bem baixinho, em vender imóveis, sem tocar no assunto aluguéis. Aluguéis de imóveis, muitos deles denunciados como inativos pela imprensa no primeiro semestre deste ano.
Pelo andamento dos discursos e da troca de camisas sem mexer no esquema tático, o ano de 2017 será de luta para não cair à segunda divisão. Como não dá para trocar o técnico, que ele mude ao menos de ideia.
E o silêncio das maiorias se perpetua!
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