Marcus Vinicius Batista
A morte do ex-prefeito de São Vicente, Tércio Garcia, colocou um ponto e vírgula – não um ponto final – em um perfil de administradores públicos que dominaram o cenário desde a década passada. De João Paulo Tavares Papa a Dilma Rousseff. De Fernando Haddad a João Dória.
Com o esvaziamento relativo das ideologias do século 20, a política concedeu espaço para profissionais com perfil de gerência, administradores com carreira no serviço público, mas sem experiência na cadeira principal do Poder Executivo. Esse era o dom desejado pelo eleitor médio, visto pelos marqueteiros como consumidor, mas que enxerga a política com descrença e espera uma leitura mais econômica das relações entre o Estado e a população. O que não significa abandonar alguns coronéis.
O problema é que, entre o dom e a maldição, a fronteira é quase inexistente. O setor público é, diferentemente do que acreditam os ingênuos, outro mundo, com ligeiras – somente ligeiras – semelhanças com o setor privado. É fundamental traquejo político, característica que poucos gerentes possuem. Papa virou político. Dilma caiu pela ausência de molejo com o PMDB.
Tércio Garcia me lembrava David Capistrano. Nada de comparar gestões, em cidades com contextos sociais distintos. Ambos não eram políticos. Ambos foram empurrados para o fogo eleitoral por medalhões da política. Ambos tinham dificuldades no trato com a imprensa. Ambos não suportavam lidar com a fome do Poder Legislativo por cargos, fora acessos de provincianismo. Ambos adoravam a vida discreta dos gabinetes e do atendimento à gente comum.
Tércio Garcia pagou parte dos pecados, os quais assinou de forma voluntária, do “dono” de São Vicente nos últimos 20 anos. Alçado de presidente da Codesavi à prefeito, o mundo de Tércio ganhou problemas de todas as naturezas, principalmente provocados por quem adora sangrar São Vicente sem permitir suturas políticas.
Tércio gerenciou São Vicente por oito anos e pagou o preço por ter que se reportar ao mentor político. O humanista deixou uma última impressão negativa como administrador. Sucumbiu à máxima de que a segunda gestão (quase) sempre compromete a primeira. De São Vicente, foi para Limeira, onde retornou à vida pública como técnico.
Tércio Garcia foi um gerente. Oito anos, para ele, foram um intervalo no qual São Vicente respondeu de maneira negativa, sem saber do futuro mais escuro. Como disse, vago como um ponto e vírgula.
A morte do ex-prefeito de São Vicente, Tércio Garcia, colocou um ponto e vírgula – não um ponto final – em um perfil de administradores públicos que dominaram o cenário desde a década passada. De João Paulo Tavares Papa a Dilma Rousseff. De Fernando Haddad a João Dória.
Com o esvaziamento relativo das ideologias do século 20, a política concedeu espaço para profissionais com perfil de gerência, administradores com carreira no serviço público, mas sem experiência na cadeira principal do Poder Executivo. Esse era o dom desejado pelo eleitor médio, visto pelos marqueteiros como consumidor, mas que enxerga a política com descrença e espera uma leitura mais econômica das relações entre o Estado e a população. O que não significa abandonar alguns coronéis.
O problema é que, entre o dom e a maldição, a fronteira é quase inexistente. O setor público é, diferentemente do que acreditam os ingênuos, outro mundo, com ligeiras – somente ligeiras – semelhanças com o setor privado. É fundamental traquejo político, característica que poucos gerentes possuem. Papa virou político. Dilma caiu pela ausência de molejo com o PMDB.
Tércio Garcia me lembrava David Capistrano. Nada de comparar gestões, em cidades com contextos sociais distintos. Ambos não eram políticos. Ambos foram empurrados para o fogo eleitoral por medalhões da política. Ambos tinham dificuldades no trato com a imprensa. Ambos não suportavam lidar com a fome do Poder Legislativo por cargos, fora acessos de provincianismo. Ambos adoravam a vida discreta dos gabinetes e do atendimento à gente comum.
Tércio Garcia pagou parte dos pecados, os quais assinou de forma voluntária, do “dono” de São Vicente nos últimos 20 anos. Alçado de presidente da Codesavi à prefeito, o mundo de Tércio ganhou problemas de todas as naturezas, principalmente provocados por quem adora sangrar São Vicente sem permitir suturas políticas.
Tércio gerenciou São Vicente por oito anos e pagou o preço por ter que se reportar ao mentor político. O humanista deixou uma última impressão negativa como administrador. Sucumbiu à máxima de que a segunda gestão (quase) sempre compromete a primeira. De São Vicente, foi para Limeira, onde retornou à vida pública como técnico.
Tércio Garcia foi um gerente. Oito anos, para ele, foram um intervalo no qual São Vicente respondeu de maneira negativa, sem saber do futuro mais escuro. Como disse, vago como um ponto e vírgula.
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