Nos gritos populares, o olhar de um país em poesia, seja serena ou marcada pela dureza.
"Que coincidência: não tem polícia, não tem violência"
"Ih, fodeu! O povo apareceu"
"Ei, perua, saiu do shopping e vem pra rua" (neste caso, em frente ao Shopping Iguatemi, em São Paulo, onde um grupo de mulheres organizava um protesto em recinto fechado, autointitulado de 'manifestação prime')
"Abaixa a tarifa! Põe na conta da Fifa!"
Ô, motorista, ô, cobrador, me diz aí se seu salário aumentou"
"Olha, que legal, Brasil parou e nem é Carnaval" (no mesmo shopping Iguatemi)
Em São Paulo, agora entre os cartazes, o lirismo de quem causou, ainda que simbolicamente, o recuo de muitos engravatados com mandato: "Se vocês não nos deixam sonhar, nós não deixamos vocês dormir."
E, como cartaz de exceção poética, quatro palavras que, sem rima, expõem a crueza do momento: "Copa é o caralho". Nada como ser direto com os cínicos.
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