sexta-feira, 25 de março de 2011

Filme debate condição feminina


Por Cidinha Santos

O filme Domésticas, dirigido por Fernando Meireles, será exibido neste sábado, às 16 horas, na Estação da Cidadania, em Santos. O evento é uma iniciativa do Curso de Cultura Afrobrasileira em homenagem ao mês em que se comemora o Dia Internacional de Luta da Mulher. A apresentação é gratuita.

O cine debate tem como objetivo abordar o universo das empregadas domésticas pela ótica do trabalho e a situação da mulher negra nesse mercado, que sempre foi e tem sido ocupado por ela. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2009, no Brasil, a quantidade de trabalhadoras domésticas com registro em carteira profissional era mais de 7 milhões. Isso porque houve um crescimento de nove por cento, em relação ao ano anterior. No entanto, as mulheres ainda são maioria entre as/os trabalhadoras/os domésticas/os sem carteira assinada.

Para Augusta França de Oliveira, militante do movimento de mulheres negras e coordenadora do Núcleo Pai Felipe, da Rede de Pré-vestibulares comunitários e Educação de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) na história de desigualdade, discriminação e direitos relacionados ao trabalho da mulher. “É preciso fazer o corte racial nesta discussão com o olhar voltado para o período colonial, de modo a resgatar a história do trabalho da mulher negra escravizada.” 

Após a apresentação haverá debate sobre o tema, com a participação das professoras e dos professores do Núcleo de Estudos “Quilombos Urbanos”.

Núcleo de Estudos Quilombos Urbanos – Foi criado em 2009 e é constituído por um grupo de pessoas que vem acumulando conhecimento, estudos e materiais de pesquisas sobre a temática da população negra, sua história e raiz.

Tem como objetivo a discussão de questões relevantes sobre o negro no universo cultural brasileiro, enfatizando a historiografia em torno de temáticas como história do povo negro; africanidades; o papel da escola como local de transmissão de conhecimento, de preservação da condição de vida e também como o de ação transformadora e reflexiva da condição humana; a Lei 10.639/03 (que trata do ensino de história da África e dos afrodescendentes e indígenas nas escolas); a condição da mulher negra e as relações de poder e de cidadania.

A Estação da Cidadania fica na avenida Ana Costa, 340, no Campo Grande, em Santos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário