Agora, os professores resolveram se comportar mal. Quando a ordem é enterrar a cidadania e os direitos adquiridos, os professores do Paraná foram petulantes ao protestar nas ruas. Manifestações só valem para questões tão dispersas quanto espirituais. Intervenção militar, por exemplo.
Os professores são sujeitos violentos. Quando não se armam com giz ou caneta de lousa branca – apagador é proibido -, os educadores perdem os bons modos e atacam policiais com os próprios corpos. Batem a cabeça em cassetetes, furam o braço nos escudos dos policiais.
Professores são masoquistas. Aceitam com prazer salários ruins, vale-coxinhas e jornadas em várias instituições. O altruísmo sem limites inclui dar a outra face para o murro policial. E tem que ser em praça pública, pois docentes são narcisistas que precisam apanhar e aparecer para as câmeras de TV.
Esses marginais contam com apoio de outros criminosos impregnados de má fé. Um deles era cinegrafista. Ele não só registrava o que acontecia para prejudicar os policiais como também provocou o pitbull que dilacerou sua perna esquerda. Um kamikaze, provavelmente, que pretendia tirar licença do trabalho e curtir férias no hospital. Por que não adquirir uma cirurgia reparadora no pacote de folgas?
Os bandidos de diploma de licenciatura representam má influência, claro. Os deputados estaduais do Paraná, assim como parlamentares de todo o Brasil, tem o direito de defender suas propriedades. Assembleia Legislativa não é casa do povo, da ralé. É a extensão residencial dos engravatados com mandato. E com guarda pretoriana particular, enfeitada de capacete, escudo, armas, bombas e dinheiro público.
A má influência contaminou 17 PMs desertores. Eles se recusaram a atacar os professores. Cadeia neles! Como puderam perder tamanha oportunidade de surrar insurgentes desarmados, baderneiros? A polícia não é para proteger patrimônio?
Esses policiais tomaram doses de humanidade. Envenenados pelo povo que deveria estar em sala de aula, de bico calado e cabeça baixa. Parar de trabalhar? O Paraná deveria aprender com São Paulo, onde o governador – do mesmo partido – jura que greves (ah, e falta d´água) não existem.
Três grandes jornais diários não surpreenderam. Nas manchetes, a palavra confronto. Jornalistas sabem – porque é matéria-prima – o peso e a intenção de uma palavra. Confronto quando um lado ataca e o outro corre pela impossibilidade de se defender?
Triste é o país onde seus professores são tratados como bandidos. Triste é uma sociedade que, em suas entranhas, defende intervenção militar e é incapaz de se mover por quem os ensinou durante muitos anos. Vai ver que a ironia está aí: os professores não ensinaram direito porque estavam preocupados em protestar!
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